Cos'è?



martedì 8 febbraio 2011

É tempo de voar...



Lá vai a pipa voando, subindo sempre faceira, passando rasteira em todas as nuvens do céu. Quando alcança o ponto onde é preciso inclinar a cabeça e forçar a vista para vê-la é porque chegou bem lá no alto e lá no alto ela é ainda mais livre para voar um vôo dos sonhos dos meninos que ficaram aqui embaixo, na terra.
"Deve ser bom ser pipa e poder olhar o mundo lá de cima", pensa Zezé, que puxa levemente a linha, cutucando a pipa lá em cima. Esta rodopia uma, duas, três vezes e continua a flutuar soberana sobre os céus da cidade. Quem a olha vê logo um ponto vermelho com barbatanas coloridas a pairar na imensidão do azul do céu. Tal como um peixe solitário no mar, a pipa de Zezé segue adiante, deixando para trás ondas e ondas de ventos impulsores de força. Neste chacoalhar de brisas, nada mais belo do que ver uma pipa a bailar com a intensidade dos seres destituídos de alma, mas repletos de puros e simples significados.
O cordão umbilical continuar a ligar Zezé à pipa. Não há maneiras de se separarem, visto que são componentes um do outro. O menino fez a pipa. Agora, a pipa faz o menino. Brincadeiras que ficarão eternizadas em céus, mentes e mãos. Uma época que só pertence a eles dois. "É tempo de voar", deve pensar a pipa, que no alto de seu olhar, encontra outras pipas a percorrem distâncias relativas. Elas se cumprimentam com rápidas reviravoltas e em seus jeitos de pipas colocam-se a postos a darem vivas e olés a cada um dos meninos que seguram a linha de suas vidas...