Cos'è?



martedì 1 dicembre 2009

O mundo dos bolhas


Imagine se eu vivesse em uma bolha, como seria o mundo para mim? Provavelmente ali seria o meu mundo e nada mais. Ali eu cresceria e amadureceria. Ali dentro eu faria minhas escolhas e descobertas, tomaria decisões, venceria obstáculos e oponentes. Faria também, minhas refeições e acordaria e dormiria e sonharia... Ah... Os sonhos... Se eu vivesse em uma bolha, talvez eu teria mais tempo para sonhar. E imaginar. E inventar. E tudo isto me bastaria.
Se eu vivesse em uma bolha, eu ia querer descobrir o mundo lá fora. A Terra seria outro planeta e nada mais. Dentro da minha bolha eu passaria horas e horas criando expectativas e situações existentes além do meu pequeno espaço. Como seria sentir fora da bolha? Como eu me sentiria? E a mesma pergunta hoje feita pelos terráqueos também seria feita por mim: haverá vida fora da bolha?
Se eu vivesse em uma bolha, provavelmente eu poderia voar livremente por aí. Enquanto uma sôfrega brisa me soprasse suavemente, minha bolha e eu deslizaríamos pelo espaço, a voar, a voar, sem nunca realmente sabermos para onde estaríamos indo. Assim, passaríamos por florestas e oceanos; por bosques e rios; por jardins e lagos. Minha bolha é o meu planeta e ali, não há nada disto.
Mas, se eu vivesse em uma bolha, como seria viver sozinha? Haveria ali lugar para mais alguém? Se houvesse, seria divertido dividir algo tão simplório e especial com esta pessoa. Dividiríamos nossos anseios e planos. Porém, se algo nos desagradasse, como sobreviver a uma discussão? Onde eu poderia me esconder e refletir por uns instantes?
Talvez, por este lado, se eu morasse em uma bolha, o ideal seria que todas as pessoas também morassem em uma. Daí, sim, com certeza, teríamos o mundo ‘dos bolhas’. Ou seriam ‘os bolhas’ do mundo? Porque se cada um tivesse a sua própria bolha para morar e respirar, cada um teria o seu próprio mundo. E o criaria. E o reconstruiria. E o viveria da maneira como bem entendesse.
Se cada um tivesse a sua própria bolha, seriam milhões de bolhas a serem sopradas por aí - e por que não, cada uma com sua própria brisa? Seriam milhões de bolhas a voarem livremente pelo espaço, cruzando lugares fantásticos e também medonhos. Seriam milhões de bolhas a toparem-se por aí. Porventura, bolhas com brisas parecidas poderiam juntar-se para seguirem em frente juntas até formarem um imenso grupo de bolhas.
Porém, com isto, eu estaria voltando ao mundo em que vivo agora. Um planeta formado por grupos soprados pela mesma brisa. Um lugar habitado por inúmeras ‘pessoas-bolhas’, a viverem seus mundinhos e nada mais.