Cos'è?



domenica 23 ottobre 2011

Anedotas da vida real (e meu estômago no meio delas)


*Logo pela manhã, no Sacolão da Economia, um grande cartaz anunciava a promoção do dia: "Giló e berigela 1 real".

*Certa vez, durante uma aula específica do curso, uma universitária perguntou à professora nascida em Minas Gerais:
-Professora, eu nunca me lembro: é Juiz de Fora a capital de Belo Horizonte?

*Três garotos conversavam. Dizia o primeiro:
-Eu não me lembro quase nada das regras de gramática.
-Eu também não- respondeu um deles.
O terceiro disse:
-Eu não me lembro nem o que é hiato.
-Disto eu me lembro- falou o primeiro. Então prosseguiu:
-Hiato é saúde!

*Uma cliente, antes de pagar o estacionamento do shopping, pergunta a uma funcionária do estabelecimento:
-Compras acima de 30 reais não se paga o estacionamento, não é isto?
-O estacionamento está sendo pago, minha senhora. Só foi aprovada uma eliminar até agora.

*Enquanto isto, no centro da cidade...
O trânsito estava parado em uma das faixas, pois os veículos aguardavam o sinal verde. Um dos carros tinha os vidros cobertos com longos dizeres religiosos. Subitamente, os olhos da motorista do carro de trás leem a seguinte frase: "descida onde você quer viver depois de morrer."

*Já na saída da cidade, uma casa muito humilde anunciava em sua parede:
"Vende-se caxorro pudo".

*Em outra casa (observação: longe da casa do "caxorro pudo"), o anúncio era:
"Arranca dente Promoção Só R$ 5".

*A cliente de um banco ainda esperava ser atendida, quando uma outra cliente sentou-se ao seu lado, também aguardando atendimento. Tocou o telefone celular da segunda:
-Alô?
-(...)
-Sim, estou aqui.
-(...)
-A estas alturas, Palmas inteira já está sabendo...
-(...)
-Ah, é! O Leandro me conversou...
A outra cliente deu um salto de seu lugar, tamanho foi o susto que levou!

*Uma escola de italiano promovia palestras sobre a cultura daquele país. A palestrante daquela noite, uma italiana de Bolonha, falava sobre os aspectos importantes de sua cidade e região, quando um homem-não-identificado invade a sala de aula.
-Good night, good night, good night!- disse o homem-não-identificado a cada um dos brasileiros ali presentes, que acompanhavam a palestra em italiano.
O homem-não-identificado sentou-se. A ministrante da noite continuou a falar em italiano sobre o seu assunto.
-Aqui é uma escola de italiano?!- berrou de repente o homem-não-identificado.
A responsável pela escola respondeu educadamente que sim.
-Pergunta pra ela sobre o Da Vinci- tornou a berrar o homem-não-identificado.
A diretora da escola traduziu em italiano a dúvida daquele senhor, ainda que a pergunta estivesse totalmente fora do contexto.
Dois minutos mais tarde e o homem-não-identificado volta a fazer-se notar:
-Sabe o que que é? Eu morei muitos anos nos Estados Unidos e acabei de voltar de lá. Queria aprender italiano. Qual é o método de vocês? Porque eu aprendi inglês através de uma bíblia em espanhol.
A responsável pela escola tentou explicar ao homem-não-identificado que aquele não era o momento mais adequado para se falar sobre isto, já que a moça ali na frente, estava tentando passar algum conhecimento da língua e da cultura italiana aos presentes, quando ele chegou.
-Ahhhh...- murmurou o homem-não-identificado. Então, ele levantou o seu pesado corpo da carteira e foi-se embora da mesma maneira como chegou:
-Good night, good night, good night!




Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência

venerdì 21 ottobre 2011

Chove no meu cartão-postal


Chove no meu cartão-postal e as ruas estão cheias de lama. São poças e poças de uma água que caiu do céu e meus pés estão sempre molhados- pés como tantos outros que caminham pelas avenidas, alamedas e sarjetas desta cidade.
Chove no meu cartão-postal e o céu é sempre cinza de dia e vermelho à noite, com suas nuvens carregadas de lágrimas e consolo. Sim, consolo-me quando chove, pois é quando lavo meus pensamentos junto com a água que escorre na vidraça.
Chove no meu cartão-postal e a cidade é um grande amontoado de guarda-chuvas coloridos, que juntos, formam um belo arco-íris no zoom de minhas pupilas. Ah, estes olhos que enxergam cores, que enxergam vida e que veem vida nas estações do ano: punhados e punhados de pessoas que vão e vem, tais como o inverno e o verão.
Chove no meu cartão-postal e eu só tenho gotas em meus dedos- gotas estas, que aguçam o meu tato, dando-lhe um pouco de frio ou de calor. Sinto um arrepio quente a percorrer meus braços: são as gotas de chuvas que viraram córregos de sensações em meus membros.
Chove no meu cartão-postal e eu escuto o seu ruído: chuá, chuá. Um barulho leve e confortante que produz notas musicais em meus ouvidos (talvez, a chuva não esteja cantando, mas contando-me a seu modo qualquer coisa que viu lá do alto, quando ainda pertencia às nuvens... mas eu, pobre ignorante que sou, não falo a língua das chuvas e tudo para mim resume-se a melodias...).
Chove no meu cartão-postal e as flores sacodem-se de alegria, dando olés no vento que as envolvem. Meu jardim sorri e é tudo o que me importa.
Chove no meu cartão-postal e a chuva manchou a minha escrita de tinta azul. Minhas palavras estão borradas e suas letras descem em longos fios, desfazendo as frases, mas formando pequenas poças sem sentido... A chuva quando desce, não precisa ter sentido: basta somente ser chuva.






Imagem: postcard from London by Phillip D.H. Short

giovedì 13 ottobre 2011

Construção


Família

Quem sou eu?
De onde vim?
Quem foram meus ancestrais?
Carrego dentro de mim
A herança dos meus pais
Que por sua vez receberam
Os genes de meus avós.
Eram a minha família.
Gerações me antecederam
Longe,
Longe
Bem longe,
Sumiram
Nas eras imemoriais.
Meus filhos, netos, bisnetos
Também se questionarão
Quem sou eu?
De onde eu vim?
Procurarão no olhar,
No jeito de ser,
No falar,
Traços dos antepassados
Ou qualquer coisa de mim.
A hereditariedade,
As descendências,
Irão se expandindo,
Séculos,
Séculos,
Séculos,
Mais séculos virão,
E os que me sucederem
No infinito dos tempos
Continuarão conduzindo
Os genes que eram meus.
Serão a mesma família
Abençoada por Deus.


Construção

A construção
Da casa vizinha
Está demorando
Para ser concluída.
Estou passando um sufoco,
Aguentando a britadeira
Com seu barulho infernal,
Caminhão a toda hora
Trazendo material,
Coitados dos meus ouvidos
Começaram a escutar mal.
Procurei um otorrino
Que após fazer um exame,
Falou que eu não tinha nada
Voltaria a escutar bem
Depois da obra acabada.
Tenho asma e a poeira
Deixou-me asfixiada,
Mal podia respirar.
(Até parece piada!)
Fui ao pneumologista
Que falou com voz pausada;
“- A asma só vai embora
Depois da obra acabada”
Fui ao neurologista
Com a cabeça atormentada,
Mandou-me ao psiquiatra
Pois eu estava pirada,
Esse, nem me ouviu!
Disse que eu voltasse lá
Depois da obra acabada.
Derrubaram meus ciprestes
E a dona da construção
Ordenou erguer um muro
Nem me deu satisfação
Chorei muito e adquiri
Uma bruta taquicardia.
Com a alma amargurada
Busquei um cardiologista
Para ver o que havia.
Disse que eu estava estressada
E só sentiria alivio
Depois da obra acabada.
Pedreiros da construção
Tiraram a privacidade
Da nossa casa, por isso
Ela está sempre fechada.
A conta da luz cresceu
Foi uma baita aumentada
E só vai diminuir
Depois da obra acabada.
Conversei com a vizinha,
A dona da construção,
Mostrei meu prejuízo
Pedi indenização
Respondeu que não pagava
Não tinha dinheiro, não!
Retruquei, vá ao cartório
Passe a casa no meu nome
Está resolvida a questão.
Como tenho paciência
E sou muito sossegada
Sei que o pagamento vem
Depois da obra acabada.


Vida

Os prótons, os elétrons,
O átomo,
A bactéria,
Micro organismo
Unicelular.
O ar, a poeira,
A terra, a areia,
Planetas, cometas,
Estrelas brilhantes,
O cintilar da faísca,
O fogo flamejante,
Que arde e abrasa,
A luz.
O orvalho trêmulo,
Delicado.
O mar imenso, belo,
Magnificente,
A água.
A grama humilde,
Rasteira,
A árvore soberba,
Altaneira.
Flores e frutos,
Pássaros e peixes,
Insetos e animais.
O homem
Senhor poderoso
Entre os irracionais.
Teu nome é vida,
És mistério,
Enigma, sim,
Pois vieste do verbo
Que não teve princípio
E nem há de ter fim.



*Poemas de Carminha Medeiros, minha avó
imagem: Marc Chagall, "Red Bouquet"

martedì 4 ottobre 2011

Quando uma estrela cai...


Uma estrela caiu do céu
ao escorregar das mãos do anjo
que todos os dias dava-lhe brilho.

Tamanha foi sua carreira
que arranhou um pedaço do céu.
Os meninos lá na Terra,
que conferiam o trabalho do anjo,
olharam por todas as bandas,
mas não acharam sequer um rabo.

-Onde ela caiu? Onde se escondeu?

O anjo, já conformado
com a ida da estrela fujona,
respondeu-lhes:

-Quando uma estrela cai,
é porque decidiu receber
novo brilho de outras mãos.