Cos'è?



sabato 7 novembre 2009

Meu céu, meu poder, seus sentidos


Certa vez estava me perguntando se seria possível, um dia, alcançar o céu. Mas não estava me referindo a uma viagem de avião, helicóptero, balão ou foguete; o que eu queria mesmo era erguer meu corpo, até ficar na ponta dos pés e assim, pegá-lo, da mesma forma como sempre peguei qualquer coisa que estivesse acima da minha cabeça.
Quem sabe, o céu seja como um livro no alto de uma prateleira, em que, com apenas um pequeno esforço, eu possa tomá-lo para mim e apalpá-lo, senti-lo em toda a sua aspereza ou maciez até meus dedos se cansarem e eu finalmente poder abri-lo para poder descobrir seus mistérios...
Quem sabe, o céu seja como um belo porta-retrato no alto de uma estante, em que, com apenas um pequeno esforço, eu possa tomá-lo para mim e admirá-lo bem de perto, assim como eu faço com qualquer coisa bela que me atraia. Olhar suas cores, sua tonalidade, sua intensidade e sua vida até fotografar sua imagem com a minha memória...
Quem sabe, o céu seja como um vidro de perfume no alto de uma penteadeira, em que, com apenas um pequeno esforço, eu possa tomá-lo para mim e sentir seu aroma em toda a sua profundidade e embriaguez...
Quem sabe, o céu seja como um disco de música no alto de uma coleção de algum colecionador, em que, com apenas um pequeno esforço, eu possa tomá-lo para mim e com alguma expectativa crescente, pôr a executar toda a sua sonoridade... Um som de paz em um céu azul; um som vibrante em um céu agitado de nuvens cinzentas; um som inspirador em um céu róseo-avermelhado...
Nada é difícil de se alcançar quando se pode erguer-se na ponta dos pés e esticar os braços. Nada é difícil de se alcançar quando se podem imaginar suas sensações. Nem mesmo o céu. Afinal, o horizonte é logo ali.