Cos'è?



lunedì 21 giugno 2010

Crepúsculo


Não lhe restam mais forças para lutar. Se entregar? Talvez. Sentia que ia caindo gradativamente, declinando, declinando, declinando... Mas ainda não se encontrava em uma posição horizontal. Ao seu redor, era como se o céu acompanhasse-lhe o sofrimento e tingisse a sua ferida aberta como carne; vermelho que risca, corta e marca.
Os minutos passam devagar para que se chegue ao final da batalha, mas de forma rápida demais para se possa ter alguma reação contra o inimigo. O silêncio da disputa é insuportável: não há gritos, nem lamentos, nem vibrações. Apenas uma voz calada envolvendo os adversários e cobrindo-lhes de mistério e de agonia. As cores da ferida vão mudando de tonalidade, como se estivessem a ser cozidas: tornam-se amareladas, púrpuras, amarronzadas... E ele continua a cair, a ir flutuando, descendo até onde se possa enxergar e de repente, pesa sobre o horizonte.
É o fim. Ele perdeu. Ficará sepultado no pico de alguma montanha ou no fim de algum mar. Sombras pairam sobre a Terra para carregar-lhe a alma que lhe resta e com ela em mãos, passeiam por entre ruas, becos e labirintos. As sombras usam máscaras e nunca mostram o seu rosto; apenas derrubam o seu inimigo para sentirem-se poderosas por toda uma noite.